Diáspora
africana
que no
passado aqui chegavam
não
foram gentilmente convidados
Essas
pessoas
jovens
homens, mulheres e crianças
foram
arrancadas de suas terras sem piedade
Quanta gente
entre
si diferentes
sofreram
a violência das correntes
Aos
montes
foram
arrastadas como animais
Sangraram
no solo sagrado dos seus ancestrais
Para
trás
ficaram
famílias divididas a força
mulheres
sem maridos e crianças sem pais
Nessa
crueldade
deixaram
várias comunidades mutiladas
Angola,
Moçambique, Nigéria e outras mais?
Aos
porões
dos
grandes navios transatlânticos
corpos foram
jogadas feito carnes inertes
Quede a
chuva
o sol,
a lua acompanhada de estrelas
O céu
lhes fora ocultado
Várias
línguas
Sob
armas de fogo foram caladas
Apenas
lágrimas de dor e de saudade
A África
aos
poucos foi ficando para trás
quanto
mais longe dos olhos, mais dói o coração
Seus
filhos
nascidos
do seu fértil chão
deixaram
espalhadas suas raízes
Novas
sementes
germinaram
no solo adubado do sangue vermelho
sangue
igual a de toda gente
o
Atlântico
abriga com
respeito as muitas almas
dos
corpos negros comidos pelos peixes
Guarda
segredos
lágrimas
e lamentos contidos e revelados
de toda
aquela gente
João Crispim Victorio 20 de Novembro de 2020.
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