terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Vivendo e Aprendendo

Oxum


É D'oxum

Nessa cidade todo mundo é d’Oxum

Homem, menino, menina, mulher

Toda cidade irradia magia

Presente na água doce

Presente n’água salgada

E toda cidade brilha

Presente na água doce

Presente n’água salgada

E toda cidade brilha



Seja tenente ou filho de pescador

Ou importante desembargador

Se der presente é tudo uma coisa só

A força que mora n’água

Não faz distinção de cor

E toda cidade é d’Oxum

A força que mora n’água

Não faz distinção de cor

E toda cidade é d’Oxum

É d’Oxum, é d’Oxum

É d’Oxum


(Ia aguibá, ia aguibá, aguibá

Ia Oxum aura olu, olu, olu

Olu adupé, aguibá Oxum aurá

Olu, olu adupé, adupé)


Eu vou navegar

Eu vou navegar nas ondas do mar

Eu vou navegar

Nas ondas do mar

Eu vou navegar nas ondas do mar

Eu vou navegar




quinta-feira, 5 de dezembro de 2019


Continuação

Fiquei
noites inteiras
com você nos meus braços
Acariciei seus cabelos
Beijei seu rosto
Criei poemas aos montes...

Passei
dias intermináveis
com você nos meus pensamentos
Caminhei nas nuvens
Trabalhei com os olhos no relógio
Planejei nosso futuro...

Hoje
contemplo por longo tempo
a flor resistente que se tornou
A vida sempre bela continua
Você é parte de mim
a outra nasce da vida sua...


João Crispim Victorio

Valença, 05 de dezembro de 2019.

Para Luiza, minha filha querida e seu filh@, meu net@, que vai nascer.






domingo, 1 de dezembro de 2019

Vacinas e o movimento pendular da história
João Crispim Victorio*

As vacinas são substâncias produzidas a partir de agentes patogênicos[1], introduzidos no organismo humano no intuito de estimular reações no sistema imunológico desencadeando anticorpos[2] que tornam o indivíduo imune ou ao menos resistente ao agente e às doenças que ele provoca. Ou seja, quando uma pessoa é vacinada, pelo vírus do sarampo, por exemplo, seu sistema imunológico produz anticorpos em uma velocidade suficiente para combater o invasor, evitando que a pessoa fique doente.
Todo processo de constituição da vacina tem início no século XVIII, com as pesquisas voltadas para erradicação da varíola[3]. Doença que na época matou muita gente, principalmente crianças, quando acometidas não chegavam à fase adulta. Por fim, através das experiências do médico inglês Edward Jenner, em 1796, a vacina contra a varíola foi descoberta.
O médico observou que as vacas possuíam nas tetas, feridas semelhantes às que a doença provocava em humanos, numa versão mais leve. As mulheres, responsáveis por ordenhar vacas, se infectavam com a varíola bovina e se tornavam imunes ao vírus humano. Assim, Jenner recolheu o líquido que saía das feridas das vacas e aplicou nos arranhões que fez no braço de um menino que teve um pouco de febre, mas se recuperou rapidamente.
O cientista foi além, recolheu secreção da ferida de um homem infectado e novamente expôs o menino ao material. Algumas semanas depois, o menino que anteriormente havia tido contato com o vírus da doença, passou por essa experiência imune. Dessa forma iniciou-se o processo de imunização em massa utilizando o antígeno[4] causador da doença como estímulo ao sistema imunológico na produção dos anticorpos que levam à imunidade.
O termo vacina deriva de vacca no latim. O que a vacina faz após ser inoculada nas pessoas, é gerar imunidade sem que elas fiquem doentes. Com essa descoberta muitos foram salvos da varíola, no passado, e de tantas outras doenças no presente.
Todavia, toda novidade causa um certo temor e na época muitos tinham receio de após vacinados, serem infectados pelo vírus e de fato adoecerem. Foi o que aconteceu em 1904, na Cidade do Rio de janeiro, no episódio denominado a “Revolta da Vacina”. O médico sanitarista Oswaldo Cruz decidiu executar uma grande empreitada sanitária, com a finalidade de higienizar e modernizar a região. O projeto consistia em retirar as pessoas das ruas e eliminar ratos, mosquitos e outros animais tidos como maléficos. Depois submeter a população, de forma obrigatória, à vacinação contra febre amarela, peste bubônica e varíola. A população reagiu com protestos violentos, fazendo o governo rever a obrigatoriedade da vacina.
Hoje, sabemos que a experiência da vacinação em massa fez com que muitas doenças deixassem de ser um problema de saúde pública. Sabemos também, que o resultado disso vai muito além de evitar as doenças do momento. Pois interfere diretamente na economia do país, quando encarada como investimento. De fato, ao proporcionar gerações futuras saudáveis, o Estado economiza significativamente nesse setor, sobrando assim recursos para outras áreas como a da educação.
Doenças como Poliomielite, Sarampo, Rubéola, Caxumba, Tétano e Coqueluche são exemplos comuns que causaram sérios problemas no passado e que a geração atual só ouve falar nos livros didáticos. Já que, com o processo sistemático de vacinação, todas essas e algumas outras são consideradas erradicas ou controladas.
Porém, nem tudo são flores. Em pleno século XXI, com toda evolução humana fundamentada nas teorias neomodernistas e neoliberais. Com todo avanço tecnológico e científico, desenvolvido nos países ricos e nos países em desenvolvimento, vivemos um retrocesso político, social e cultural. Nesse sentido, é possível perceber o movimento pendular[5] na história. Esse fenômeno nos leva crer que não há um desenrolar de fatos em linha reta, conforme a crença positivista e evolucionista de “progresso” e “evolução”. Com base na concepção de movimento pendular da história, podemos dizer que atualmente vivemos uma forte tendência do movimento em direção à direita do espectro político, social e cultural.
Isso significa que movimentos com bases no nazismo nacionalista, na família tradicional e no fundamentalismo religioso, estão de volta e ganham forças, principalmente, cada vez que um de seus representantes chega ao poder político central. Por isso, temos visto crescer, nos últimos anos, no Brasil e no mundo o preconceito étnico, a homofobia e tantas outras formas de discriminação que geram violência. Entre estas, a resistência à vacinação, como a que ocorreu no início de século XX, na cidade do Rio de Janeiro.
Tamanha ignorância pode trazer de volta muitas doenças infecciosas que pessoas nascidas a partir do final do século XX, podem nunca ter tido contato devido as constantes campanhas de vacinação que foram capazes de controlá-las. As doenças estão por aí e ainda fazem vítimas em alguns lugares no mundo, principalmente nos mais pobres. Uma pessoa não vacinada pode ser a porta de entrada de doenças já eliminadas.
As vacinas são totalmente seguras. Pois, toda vacina licenciada foi antes testada por diversas fases de avaliação, garantindo dessa forma toda segurança. A vigilância de eventos adversos após a liberação da vacina, caso necessário, ocorre por meio de processos capazes de rastreamento do produto.
Sendo assim, não há por que tamanho retrocesso político, social e cultural, principalmente, quando o assunto é nossa própria vida.


Imortal

Noites em silêncio
Dias inteiros sonhei
Viajei em minha astronave deslumbrante
Milhões de imagens vislumbrei...

Bactérias e todas as formas de vida
Terra e todos os planetas
Galáxias presentes, distantes
Galileu, uma viagem às estrelas...

Oh! Importante e influente ciência estrangeira
Erguido está o castelo
Manguinhos, outrora manguezal
Sonho do cientista brasileiro

Símbolo de grande estima
Expresso na arquitetura
Na arte dos belos mosaicos e vitrais
Newton, Einstein e todos os pais...

Pasteur se visse invejaria
Oswaldo Cruz, vida polêmica e gloriosa
Trajetória de serviços à ciência
Da academia imortal

Voz primeira da questão sanitária
Combatente das muitas epidemias
Destemidas campanhas de vacinação
“Quebra-lampião” a rebelião dos ignorantes...

Qual importante à cultura de um povo...
  


* Professor e Especialista em Educação.


[1] Diz-se daquilo que possui propriedades capazes de induzir o aparecimento de doenças.

[2] Proteínas que atuam no sistema imunológico como defensoras do organismo vivo contra bactérias, vírus e outros corpos estranhos.

[3] A varíola, também chamada de bexiga, é uma doença infectocontagiosa causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae. Ao lado da peste negra, tuberculose e AIDS, a varíola é considerada uma das doenças mais mortais do planeta. Ela afeta o sistema imunológico provocando diversas deformações na pele.

[4] Substância ativa (vírus atenuado ou morto) que, introduzida no organismo, provoca a formação de anticorpos.

[5] O movimento oscilatório do pêndulo tende para o equilíbrio e quanto maior é o ângulo total de oscilação do pêndulo, maior e mais vigoroso é o movimento de retorno do pêndulo à posição oposta.


REFERÊNCIAS:


VICTORIO, J. C. Sobre o Rio que Falo... editora EDITAL, Rio de Janeiro, 2015.


SEVENKO. N. A Revolta da Vacina, editora UNESP, São Paulo, 2018.


UJVARI, S. C. A História e Suas Epidemias, 2ª edição, Senac rio, Rio de Janeiro, 2003.


AZILDE L. Andreotti. O Pêndulo da História – Tempo e Eternidade no Pensamento Católico (1800-1960). Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/es/v26n93/27292.pdf> acessado em novembro de 2019.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

terça-feira, 12 de novembro de 2019


20 de Novembro
Consciência NEGRA
Valeu Zumbi!!





Consciência

Negro erga a cabeça
Assuma negro, a cor da pele do Rei...

Zumbi não morreu
Vive em nossas memórias
Com certeza é negro
Negro desde quando nasceu
Assuma negro, a cor da pele do Rei...

Negro erga a cabeça
Assuma negro, a luta justa do Rei...

Zumbi não morreu
Vive nos quilombos
Com certeza luta
Luta desde quando nasceu
 Luta negro, a luta justa do Rei.

Negro erga a cabeça
Assuma negro, o grito forte do Rei...

Zumbi não morreu
Vive nos campos e cidades
Com certeza resiste
Resiste por seus filhos amados
 Grita negro, o grito forte do Rei...


Poema de João Crispim Victorio


Pedagogia, Escolas e Docentes na Sociedade de Classes.

João Crispim Victorio[1]



De um lado uma escola estruturada
De outro, uma desorganizada...

De um lado professores estimulados
De outro, desanimados...

De um lado uma escola bem cuidada
De outro, uma abandonada...

        Por um longo tempo da nossa história, melhor situando, durante o período tribal, a educação era passada oralmente de pai para filho. O pai era quem educava, quem detinha e transmitia o conhecimento. Pois, desde aqueles tempos, ainda hoje, vivemos uma organização social patriarcal. No brasil, o modelo oral de educação ainda é colocado em prática em muitas tribos indígenas, principalmente as tribos isoladas, onde geralmente quem transmite o conhecimento é o pai, a mãe e o ancião da tribo.

        Na Antiga Grécia, em um determinado momento de sua evolução social, o pai deixava de ser o educador, a sociedade constituída necessitava de uma forma melhor de transmissão do conhecimento, dessa forma surge a figura do pedagogo. Ou melhor, dos paidagogós[2], termo que fazia referência ao escravo que levava a criança para a escola. Então, pedagogia é um termo que deriva do grego e quer dizer paidos (criança) e gogía (conduzir).
        Mas foi mesmo a partir do século XVIII, que o termo pedagogia ganhou força, em meio a Revolução Industrial[3]. Já que, a mesma trouxe como principal consequência a formação de pequenas e médias cidades e suas vilas operárias que ao se concentrarem causavam crescimento demográfico em determinadas regiões. A referida urbanização exigiu mudanças estruturais e sociais para atender às necessidades mais urgentes, como a educação e a saúde. Esse fenômeno social deu início ao modelo de educação centrado na figura do pedagogo (professor) como transmissor do conhecimento.
        No Brasil, podemos dizer, apoiados na nossa própria história, que a educação, primeiro conduzida pela igreja e depois pelo Estado, fez surgir tendências pedagógicas. Tendências essas muitas das vezes formuladas por agentes estranhos à escola. Mas cada qual com suas propostas no sentido de acabar com os problemas da educação e com o objetivo de orientar a prática educacional das instituições escolares.


De um lado professores melhores remunerados

De outro, baixos salários...


De um lado uma escola promissora
De outro, uma opressora...

De um lado alunos respeitados
De outro, violentados...

        A pedagogia como parte integrante da educação brasileira atual, está embasada nos estudos da Psicologia, Sociologia, Filosofia, Antropologia, entre outras. Por isso é de suma importância, para constituição de uma sociedade moderna e justa, o dever prioritário do desenvolvimento de forma respeitosa e harmoniosa dos mais variados grupos étnicos e sociais[4]. Pois, trata-se de uma área que busca refletir, ordenar e sistematizar os princípios e métodos utilizados no ensino de crianças, jovens e adultos, além dos problemas de ordem educacional.
        Educar é, sem sombra de dúvidas, a ação mais importante para a total liberdade. E libertar significa tirar as amarras e a venda dos olhos do sujeito para que ele possa caminhar rumo ao necessário conhecimento e viver bem em sociedade. Neste sentido, o desafio da educação é estimular e dar condições ao mesmo para a transformação social. Para tanto o diálogo entre as várias ciências deve ser objetivo da pedagogia. Ao melhorarmos a qualidade do ensino, consequentemente faremos emergir uma nova sociedade.
        Precisamos mudar radicalmente a estrutura do sistema de ensino do nosso país. Ainda estamos presos à base educacional construída no Brasil Colônia do século XVI, pelos jesuítas[5]. Modelo organizacional criado para servir como correia de transmissão do modo de vida dos colonizadores aos colonos. No Brasil Império a situação se mantém quase que a mesma e pouco mudou com a chegada da República, apesar da expansão das escolas. As escolas públicas serviam às famílias de classe média, as particulares às famílias ricas e os filhos das famílias pobres não tinham acesso a nenhum tipo de escola.
        Como podemos notar, a educação em nosso país sempre foi privilégio dos mais abastados. Esse modelo elitista perdura até o final do século XX, quando, enfim, a Constituição de 1988 passa garantir acesso à educação, de forma obrigatória, aos grupos sociais que dela foram excluídos ao longo da história. Contudo, apesar de garantido pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB/96, nosso sistema de educação segue desrespeitado. Podemos dizer isso, a partir do momento em que não lhe é dado o devido valor. Quando o que temos são estruturas prediais em péssimas condições de funcionamento. Quando nos falta gestão democrática e autonomia pedagógica.
        Temos, sim, muitos problemas como o excesso de alunos por sala de aula, mobiliários quebrados, iluminação deficitária, falta de professores, escolas sem acesso à internet, entre outras coisas. Além dos problemas já citados, o mais grave é a utilização do método propedêutico[6] na escolarização de todas as fases do ensino básico e de graduação. Método esse que ajuda manter o objetivo final da classe economicamente favorecida, promover a cultura de atores sociais brancos, masculinos e ricos. 


De um lado uma escola de diálogos

De outro, uma de gritos...

De um lado alunos bem acolhidos
De outro, excluídos...

De um lado uma escola formando para mandar
De outro, uma formando para trabalhar...

        Falar de educação é falar de transformação pessoal e social. Nesse sentido, temos clareza que antes de querer mudar qualquer coisa é preciso mudar a si mesmo. Só assim, poderemos instituir uma educação de base transformadora. No entanto, sabemos que não é uma tarefa fácil, vivemos em uma sociedade de classes e a educação sempre esteve em disputa, apesar de por si só não ser um fator determinante de transformação.
        Acreditamos na necessidade do fortalecimento na formação docente. Os futuros profissionais da educação precisam entender histórica e culturalmente a sociedade em que vivem. Precisam perceber o papel dos sujeitos sociais, seus diferentes posicionamentos em defesa de uma sociedade mais justa. Temos que garantir o estado de direito onde todos possam exercer e gozar de sua cidadania.
        A prática pedagógica deve ser encarada como social e política, na perspectiva da educação democrática. O educador tem papel importantíssimo nesse processo. Tem a função de mediar entre o conhecimento histórico acumulado e o aluno. Para tanto, deve exercer sua prática pedagógica permitindo ao aluno acessar o conhecimento e transformá-lo. Isso, implica que o educador deve se apropriar do conhecimento.
        A aprendizagem é um dos objetivos de toda prática pedagógica. Uma compreensão ampla do aprender é fundamental na construção de uma proposta de educação. Então, a prática educacional deve ser entendida em sua plena função mobilizadora na construção de uma sociedade cidadã. Dessa forma, não cabe mais uma educação baseada na onipotência do educador e da escola. É necessário um novo educador, que seja mediador do conhecimento, crítico e ao mesmo tempo sensível, que esteja em permanente formação, um orientador, um cooperador e construtor de sentido.
        Nesse contexto a escola deve ser local de otimização dos processos de aprendizagem e dos processos de construção cidadã. Que produza práticas pedagógicas que garanta o desenvolvimento integral da pessoa humana. Ou seja, pessoas solidárias e produtoras de conhecimento. A escola, enquanto instrumento de educação como prática de liberdade.


De um lado uma escola formando para mandar

De outro, uma formando para trabalhar...

De um lado professores vendidos
De outro, rendidos...

De um lado alunos brancos socializados
De outro, negros marginalizados...


REFERÊNCIAS

CORTELLA, M. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo: Cortez. Instituto Paulo Freire, 1988.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Um reencontro com a pedagogia do oprimido. 1997, Paz e Terra. São Paulo.

FREIRE, Paulo. Discussões em torno da pós-modernidade. In: FREIRE, Ana Maria Araújo (Org.) Pedagogia dos sonhos possíveis/Paulo Freire. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

GIROUX, Henri A. Os professores como intelectuais – rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Edt. Artes Médicas, Porto Alegre: 1997.

SANTOMÉ, J. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA. T. (Org.). Alienígenas na sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

VICTORIO, João Crispim. Poemas: Sobre o Trabalho que Falo... São Paulo, SP: All Print, 2013. 

MARIANI, C. Como formar um cidadão ético. Disponível em: http:///www.afilosofia.com.br/post/como-formar-um-cidadao-etico/393 acesso em 15 de março de 2015.

SILVA, D. C. O professor na sociedade atual. Disponível em: http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-professor-na-sociedade-atual/203666 acesso em 22 de março de 2015.


[1] João Crispim Victorio é Professor, Especialista em Educação e Poeta.

[2] Paidagogós, inicialmente era composto por paidos, que significa criança, e gogía, que significa acompanhar ou conduzir. Este conceito era uma referência a situação em que um escravo era quem levava as crianças para a escola.

[3] Revolução Industrial foi um processo acelerado de substituição da produção manual pela produção mecânica. A Revolução Industrial não ficou restrita à Inglaterra, outras nações também se industrializaram, em especial a França. A principal consequência disso foi o grande êxodo rural que ocorreu nestes países. Milhares de pessoas abandonaram os campos em busca de oportunidades nas cidades industrializadas.

[4] O Brasil possui grande diversidade étnica, sua população é composta essencialmente por três principais grupos étnicos: o indígena, o branco e o negro. Os indígenas constituem a população nativa do país, os brancos, vieram basicamente dos portugueses, entre outros europeus, foram os colonizadores da nação e os negros africanos foram trazidos para o trabalho escravo.

[5] Os jesuítas eram padres que pertenciam à Companhia de Jesus, uma ordem religiosa vinculada à Igreja Católica que tinha como objetivo a pregação do evangelho pelo mundo. Essa ordem religiosa foi criada em 1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi oficialmente reconhecida pela Igreja a partir do papa Paulo III em 1540. Os primeiros jesuítas que vieram ao Brasil chegaram com o primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa, em 1549. Eles eram liderados por Manuel da Nobrega e tinham como principal missão a cristianização dos nativos e zelar pela Igreja instalada no Brasil colonial. 

[6] Propedêutico é o método que serve de introdução; que prepara ou habilita para servir ensino mais completo.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

   Biografia de São Francisco de Assis

São Francisco de Assis (1182-1226) foi um religioso italiano, fundador da Ordem dos Franciscanos. Era filho de um rico comerciante, mas fez votos de pobreza. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, dois anos depois de sua morte. É conhecido como o protetor dos animais.

Infância e Juventude
Giovanni di Pietro di Bernardoni, nome ve Francisco de Assis, nasceu em Assis, na Itália, no dia 5 de julho de 1182. Era filho de Joana e Pedro Bernardone Maricone, rico e conceituado comerciante de tecidos de Assis.
Seu pai estava na França quando o filho nasceu, na volta rebatizou-o com o nome de Francesco, isto é 'francês"
Francisco de Assis estudou na escola Episcopal, onde aprendeu a ler, escrever e principalmente contar. Enriquecer era uma obsessão naquela época. Ajudava seu pai no comércio, mas viver atrás de um balcão não era trabalho que o atraia.
Em 1197, morre o imperador romano-germânico, Henrique VI, senhor de grande parte da Itália, mas seu filho tinha apenas dois anos e vários nobres disputavam o trono. O Ducado de Assis era controlado pelo duque de Spoleto, que cobrava pedágio de tudo que atravessasse a região.
Inicia-se então uma revolta dos mercadores de Assis, que destroem a fortaleza do duque e conseguem conquistar o poder. Em 1198 Inocêncio III é eleito papa e a Santa Sé quer tirar vantagem com o enfraquecimento do império. Um enviado do pontífice logo chega à cidade de Assis, com o encargo de substituir o governador imperial. 
Entre 1201 e 1202, os revoltosos organizam uma tropa para dar combate à nobreza feudal que recebera do imperador um privilégio que irritava os mercadores. Francisco participou das lutas entre Assis e Perúsia e ficou preso por quase um ano.
Em 1203, de volta a sua cidade, tenta recuperar o tempo perdido. Entrega-se a uma vida de festas e torneios, mas logo se mostra insatisfeito e resolve mudar de vida e resolve ser cavaleiro. 
Para chegar a esse posto teria que começar como escudeiro de um nobre. Francisco parte para sua missão. Durante o percurso, ao encontrar os mendigos, vai se desfazendo de seus pertences.
Decide voltar para sua casa, sem a glória que a família esperava, e indagando dizia:
“Como pode haver tanta injustiça, tanto luxo, ao lado de tanta pobreza?”.

A Conversão

Conta-se que em 1206, orando na capela de São Damião, em Assis, Francisco ouviu de Deus as seguintes palavras: "Vá, Francisco, e restaure a Minha Casa!". Imaginando tratar-se de reconstruir a Capela, volta para casa, vende boa parte dos tecidos do pai, e entrega-se ao serviço de Deus e dos miseráveis.
Em 1208, afinal compreende o sentido da mensagem: restaurar a igreja como instituição, uma vez que ela havia se desviado dos ensinamentos de Cristo e vivia cercada de opulência. Faz votos de pobreza e começa a pregar sua doutrina.
Francisco de Assis, decidido a cumprir as Escrituras sagradas, passa a viver voltado apenas para o espírito. Seus sermões eram cada vez mais frequentados, sua fama vai se espalhando e as poucos já tinha seguidores, dispostos a formar uma nova ordem religiosa.
Em 1208, pede autorização ao papa para fundar uma irmandade mendicante. Em 1219 estava fundada a “Ordem dos Irmãos Mendigos de Assis", que se instalou em cabanas no alto dos montes e no interior das cavernas, renunciando qualquer forma de propriedade.

Ordem dos Franciscanos

Em 1215, no intuito de resguardar a autoridade papal, o Concílio de Latrão reconhece a "Ordem dos irmãos Menores de Assis”.  O Cardeal Ugolino é designado “protetor” da Ordem. Francisco consente repartir seus discípulos em dois grupos para seguir em peregrinação pelo mundo para disseminar o sentimento da fé cristã e converter os infiéis.
Durante a peregrinação, os franciscanos tiveram seus primeiros martírios, cinco discípulos foram mortos, em Ceuta, pelos muçulmanos pois recusarem sua conversão ao islamismo.
Francisco de Assis embarca para a Terra Santa, onde é aprisionado e levado ao Sultão. Para mostrar a superioridade da fé cristã, Francisco anda sobre brasas e imediatamente é libertado.
Em 1220, Assis volta para a Itália e encontra uma cisão no movimento. Alguns discípulos, pressionados por Ugolino, preconizam uma reforma, com novas “regras”, menos severas quanto ao voto de pobreza.
Em 1221, Assis apresenta um texto com a nova “Regra” para a ordem: “Observar o Santo Evangelho, viver da obediência, da castidade e não possuir absolutamente nada, e só dividir a pobreza”.
O texto é recusado pelo cardeal Ugolino. Em 1223, o texto é retocado e finalmente aceito pelo papa Honório III. Os franciscanos perdem muito dos traços que os distinguiam.

Morte

Em 1224, decepcionado e doente, Francisco de Assis é obrigado a moderar suas atividades. Nesse mesmo ano renuncia a direção efetiva da irmandade que criara, e em companhia dos discípulos parte em direção à floresta, para viver em contato com a natureza.
Conta-se que na floresta, em sua presença, os peixes saltavam da água e os pássaros pousavam em seus ombros. Certo dia orando, no alto do rochedo, desceu do céu um serafim de asas resplandecentes, trazendo nos braços uma cruz.
Quando a imagem desaparece, Francisco percebe marcas de sangue nas mãos e pés, como se tivessem sido atravessados por pregos. Doente, Francisco implora que o levem para Assis, onde quer morrer.
São Francisco de Assis faleceu assistido pelos discípulos, em Assis, Itália, no dia 3 de outubro de 1226. Dois anos depois de sua morte, é canonizado pelo papa Gregório IX.
Na igreja de São Francisco de Assis, Assis, Itália, inaugurada em 1256, estão guardados os restos mortais do santo.

Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a vida eterna!

terça-feira, 1 de outubro de 2019


Disciplina: História e Filosofia da Educação
Curso Normal: 2º Bimestre de 2019
Professor: João Crispim Victorio

Texto Modificado:  Influência do Positivismo no Processo Educacional
Antonio José Silva Costa


INTRODUÇÃO

No Brasil a corrente positivista só veio a culminar a partir do século IX. Antes disso o País preocupava-se com outras fontes de pesquisas como: estudos literários, por exemplo. Nesse contexto, os estudos de cunho positivista eram pouco conhecidos e, por isso, veio a retardar o seu estudo aqui. Daí então, diz-se que método positivista é uma doutrina que tem como mentor Comte, em que se reforça que o homem procura analisar a explicação das coisas através da observação cientifica.
O Positivismo pregava a cientifização do pensamento e do estudo humano, visando a obtenção de resultados objetivos e ligado ao que é correto. Os seguidores desse movimento acreditavam num ideal de neutralidade, isto é, na separação entre o pesquisador/autor e sua obra. Nesse âmbito, os positivistas creem que o conhecimento se explica por si mesmo, necessitando apenas seu estudioso recuperá-lo e colocá-lo à mostra com o auxílio do empirismo.
Segundo Comte (apud Mesquita, 2001, p.27) "Uma vez que nosso conhecimento está uniformemente fundado em observações, a direção de nossos interesses espirituais deve ser entregue ao poder da ciência positiva". Em complemento pode-se afirmar que a corrente positivista está intimamente ligada ao campo filosófico e tem um caráter concreto dentro do estudo das ciências, e nega também tudo que seja ligado ao teológico e metafísico e só crer naquilo que o ser humano é capaz de observar.
Quando recusa a teologia como fonte de explicação, argumenta que o ser humano para ter certeza da existência de alguma teoria, recorre ao poder supremo e na metafísica, sublinha que se recorre a outros meios sobrenaturais. Sendo assim o positivismo pede uma análise empírica e reforça que o homem só pode crer na existência de alguma coisa física capaz de ser observada.
Myers (1996) explica que o positivismo é uma visão que tem um caráter científico que para ser levado a sério não se deveria procurar motivos que levam a derivar de fontes externas, mas sim restringir-se a análises de relações existentes e que são tidas como fontes dispostas a observação.
Na visão do autor o conhecimento, por exemplo, para comprovação de sua existência baseava-se em fatos concretos adquiridos através de experiências.
Para deter-se de tal informação acerca da influência da corrente positivista no ensino, realiza-se um estudo bibliográfico, tendo com embasamento teórico a discussão de vários pesquisadores que trabalham nessa linha, vale ressaltar também que as informações aqui discutidas servirão também como objeto de reflexão sobre o assunto em estudo.


PARTICIPAÇÃO DO POSITIVISMO NA ESCOLA

Saint-Simon (apud Iskandar e Leal 2002) foi quem deu início ao uso do termo positivismo na ciência, ele argumenta que o raciocínio deveria se basear nos fatos concretos observados e discutidos.
O positivismo pelos meados do século XIX e XX, teve suma importância como fator participativo no ensino e isso porque várias ciências deram sua contribuição para a análise de estudos na área pedagógica, dentre elas pode se destacar a psicologia e sociologia não esquecendo de se fazer menção também a outras ciências, como a Matemática, por exemplo.
Lins (1964) aponta que como sistema filosófico, político, social, educativo ou religioso propõe-se, no que é de fato real, o Positivismo passa a reestruturar a sociedade sem Deus nem Rei, através de métodos científicos e da manifestação da fraternidade universal.
Convém explicitar que o método positivista só crê nas leis científicas e dessa forma, passa a deixar de lado o poder supremo, pois explica-se que esse não tem como comprovar a manifestação de sua existência e a sociedade de precisa de fórmulas comprováveis dento da base científica.
Oliveira (2010) A educação jesuítica baseada no Ratio Studiorum, espécie de doutrina rígida em que o professor não se afastava em matéria filosófica de Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino, existiu no Brasil mesmo após a expulsão dos jesuítas em 1759. Isso por causa das mudanças promovidas por Marquês de Pombal, pois, embora este houvesse anulado o sistema educacional jesuítico não colocara nada em seu lugar. Dessa forma não restou aos professores leigos uma alternativa senão continuar, apesar de pequenas mudanças ocorridas no sistema educacional, o método jesuítico que esteve presente no Brasil por mais de duzentos anos. Assim mostra que as ideias acerca de mutações no campo educacional apresentam-se ainda muito lento.
Na versão de Ghiraldelli Jr. (1994, p. 20) explica que o pensamento laico longe se tornar firme o que se percebe é a incapacidade de professores laicos em superar a organização da cultura forjada pela igreja católica brasileira.
A presença do positivismo nas instituições de ensino, na luta contra a escola tradicional ligado ao clero, foi vista com algo marcadamente importante para lançamento do novas ideias que serviram para contribuição do ensino leigo no ensino das ciências, pois como se sabe a educação comandada pela igreja repassava somente conteúdos restritos afim de não tornar o indivíduo um descobridor de novos conceitos ligados as descobertas da ciências e, assim sendo, o aluno afastava-se da descobertas de métodos científicos servindo-se apenas como depósitos de conteúdo religiosos beneficiando, dessa forma, tento a igreja como a classe elitizada, pois para alguns essas ideias positivistas iriam tornar os jovens pessoas pensantes e isso era algo inaceitável pelo clero.
Para Oliveira (2010)

O objetivo maior do positivismo pretendido inicialmente por Augusto Comte e posteriormente por seus seguidores era promover uma reforma intelectual da sociedade, a reforma positiva do modo de pensar uma vez que a filosofia positiva era a única capaz de responder às exigências que o saber científico impunha à sociedade como um todo ( p. 07) [...].

Em complemento, Rogel (1995, p. 131) argumenta que na idade média a "igreja detinha todos os poderes, garantia a obediência, controlava a vida intelectual e artística". Dessa maneira, os jovens por não ter acesso a outros tipos de conhecimentos nas aulas, ficavam impedidos de explorar seus aspectos cognitivos e assim os impossibilitava de conhecer os métodos da ciência e colaborar com descobertas de conceitos científicos.
Hoje com a participação incessante do positivismo muita coisa já mudou a esse respeito, Iskandar e Leal (2002) explicam:

Com um currículo voltado para as ciências exatas e para a engenharia, a educação se distancia da tradição humanista e acadêmica, havendo uma certa aceitação das formas de disciplina típicas do positivismo.

As palavras "ordem e progresso" que fazem parte da bandeira brasileira indicam claramente a influência positivista. Na década de 70 deste mesmo século, a escola tecnicista teve uma presença marcante. A valorização da ciência como forma de conhecimento objetivo, passível de verificação rigorosa por meio da observação e da experimentação, foi importante para a fundamentação da escola tecnicista no Brasil.
Löwy (1998), complementa:

[...] As ciências da sociedade, assim como as da natureza, devem limitar-se à observação e à explicação causal dos fenômenos, de forma objetiva, neutra, livre de julgamentos de valor ou ideologias, descartando previamente todas as prenoções e preconceitos. (p. 17)

Nesse aspecto, o estudo das ciências dentro do processo escolar deve ser analisado separadamente dos processos pedagógicos, pois assim se terá um esclarecimento maior nas mudanças da influência do positivismo no conceito do ensino.
O positivismo privilegia apenas o que é verdadeiro, concreto ou inquestionável, ou seja, tudo aquilo em que baseia na experiência. As ideologias criadas a partir dessa premissa passaram a influenciar a prática pedagógica atraindo pesquisadores educacionais a participarem dessas ideias.
Acerca desse assunto, novamente Iskandar e Leal (2002) admitem que:

A educação influenciada pelos ideais positivistas carece de incentivo ao desenvolvimento do pensamento crítico. A educação tecnicista apoiada nos ideais positivistas não deve reduzir-se apenas ao ensino técnico, mas deve preocupar-se também em buscar a razão do próprio procedimento técnico. Aceitar a ciência como o único conhecimento, como queria o positivismo, é algo reducionista que perde uma considerável parcela de conhecimento que não estão no dado fica prejudicada tanto a criação como a dedução (p. 05).

O processo educacional precisa receber não só ideias positivistas, principalmente na educação técnica, mas está sempre à procura de novas ideias que concretize não só o ensino técnico, bem como envolver a educação como um todo e isso é um dos ideais positivistas.



REFERÊNCIAS

GHIRALDELLI Jr, Paulo. História da Educação. 2ª ed. São Paulo Cortez, 1994.

LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1964.

OLIVEIRA, Claudemir Gonçalves de. A matriz positivista na educação Brasileira: uma análise das portas de entrada no período Republicano. V 01, N 01. edições outubro/janeiro 2010. Acessado em: 10 de janeiro de 2010

LOWY, M. As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de Munchhausen. Marxismo e Positivismo na Sociologia do conhecimento. 6 ed. São Paulo: Cortez, 1998

Bíblia: a Escritura Sagrada Inspirada por Deus. João Crispim Victorio – Professor, Especialista em Educação. “Toda Bíblia é comunicação de ...