Campanha da
Fraternidade 2022
Sina Nordestina
I
Nasce o menino
Certo destino de sofredor
Cresce desnutrido
Vive retraído
Vida de labor
Andar léguas tiranas
para fugir da seca
da morte que o ronda
Passar fome
é rotina da infância...
Analfabeto
sem profissão
Trabalha a terra
mas não tem terra
Decepar cana é a solução
O pau-de-arara
faz parte do sonho
de migrar para cidade grande
Trabalhar e enricá
para à terra natal poder voltar...
II
Fugindo da seca
chega à cidade grande
Vem tentar a sorte
concretizar o único sonho
Mudar seu destino
Sofre duros golpes
suas primeiras decepções
Discriminado pelo jeito como fala
Trabalho só de pião
nas construções milionárias...
O respeitado cidadão
segundo a Constituição
é mais um na fila de espera
Enche o mercado de trabalho
e o bolso do patrão
Vira estatística
do crescente desemprego
da violência na periferia
Na cidade continua abandonado
feito um cachorro vadio...
Vítima da solidão
Lembra da mulher amada
do lugar onde morava
da família deixada
São noites e dias de saudades
Toma uma dose de cachaça
para suportar a dor
Por alguns momentos
vem ao pensamento
As tradições de sua gente...
Dá vontade de chorar
as lágrimas enchem os olhos
No peito a dor do medo
consequência da fraqueza
da incerteza de um dia voltar.
Fraternidade e
Educação
Fala com
sabedoria, ensina com amor
Provérbios 31, 26
Sina Nordestina
I
Nasce o menino
Certo destino de sofredor
Cresce desnutrido
Vive retraído
Vida de labor
Andar léguas tiranas
para fugir da seca
da morte que o ronda
Passar fome
é rotina da infância...
Analfabeto
sem profissão
Trabalha a terra
mas não tem terra
Decepar cana é a solução
O pau-de-arara
faz parte do sonho
de migrar para cidade grande
Trabalhar e enricá
para à terra natal poder voltar...
II
Fugindo da seca
chega à cidade grande
Vem tentar a sorte
concretizar o único sonho
Mudar seu destino
Sofre duros golpes
suas primeiras decepções
Discriminado pelo jeito como fala
Trabalho só de pião
nas construções milionárias...
O respeitado cidadão
segundo a Constituição
é mais um na fila de espera
Enche o mercado de trabalho
e o bolso do patrão
Vira estatística
do crescente desemprego
da violência na periferia
Na cidade continua abandonado
feito um cachorro vadio...
Vítima da solidão
Lembra da mulher amada
do lugar onde morava
da família deixada
São noites e dias de saudades
Toma uma dose de cachaça
para suportar a dor
Por alguns momentos
vem ao pensamento
As tradições de sua gente...
Dá vontade de chorar
as lágrimas enchem os olhos
No peito a dor do medo
consequência da fraqueza
da incerteza de um dia voltar.
Poema de João Crispim Victorio.
Livro: Sobre o Trabalho
que Falo...