O Tempo e a História
Hoje podemos
dizer que, de acordo com a ordem sequencial lógica, tempo é a sucessão dos
anos, dos meses, das semanas, dos dias e das horas que passam em nossas vidas. Dá-nos
noção do passado, o que ficou para trás, do presente, o que acontece agora e do
futuro, o que está por vir, interferindo de forma involuntária no curso da história.
Por falar em história, o tempo sempre foi estudado e registrado, desde os filósofos
gregos e os astrônomos da antiguidade, até os dias atuais. Estes pensadores e
cientistas tentaram explicar a formação do universo através das suas teorias e observações
relacionadas à lua, ao sol e às marés. É graças aos estudiosos que a humanidade
vem se estruturando em sociedades, com culturas, regras morais e orientações
éticas diferentes.
A noção de dia nasceu da observação do
contraste entre a luz do sol e a escuridão da noite. A introdução da semana de
sete dias é de origem babilônica e foi popularizada durante o Império Romano. A
periodicidade das fases lunares gerou a idéia de mês e as alternadas repetições
das estações, de acordo com os climas locais, deram origem ao conceito de ano.
O conjunto dos anos recebe nomes especiais, dez anos referem-se a uma década,
cem anos a um século e mil anos a milênio. Foi a partir do Império Romano, por
iniciativa do imperador Júlio César, que o tempo passou a ser organizado em
anos de 365 dias, meses variando de 28 a 31 dias. Surgindo assim a base do calendário que
conhecemos hoje.
A história pode ser dividida em
grandes, médios ou pequenos intervalos de tempo. Ou seja, cada fase histórica
nos dá condições para interpretar um determinado momento por fazer parte de um
todo relacional entre avanços e recuos nas áreas políticas e econômicas, por
exemplo, determinando, de certa forma, a história e o tempo. Relação tão
intensa quanto a dos subníveis com os níveis eletrônicos de energia indicando a
provável posição de um elétron no modelo atômico atual.
Essa divisão da história em relação ao tempo, chamada períodos, é demonstrada
por meio da linha do tempo subdividida em História Antiga, Média, Moderna e
Contemporânea. Cada um desses períodos históricos tem um fato importante como
marco inicial e final.
O tempo pode se modificar devido suas
condições meteorológicas. De forma geral, no psicológico das pessoas, devido ao
condicionamento cultural, tempo bom, significa calor, gente nas ruas e praças
até altas horas da noite e tempo ruim, significa frio, ruas e praças desertas,
céu cinzento e até chuva. Mas no fundo sabemos que tanto o sol (calor) quanto a
chuva (frio) são necessários à vida e que quando em demasia, podem ser ruins. A
falta de chuva, por meses seguidos em uma determinada região, provoca seca resultando
no êxodo ou na morte dos nativos, dos animais e das plantas. O contrário também
acontece, o excesso de chuva, com a agravante interferência do ser humano ao
meio ambiente, causa desmoronamentos de encostas e elevação das águas dos rios,
provocando enchentes e destruindo os sonhos de muitos. É bom não esquecer que dependemos
do equilíbrio natural de ambos para viver e esse equilíbrio só é possível
quando somos equilibrados a ponto de não interferir na dinâmica natural da vida
na Terra.
Para os místicos o tempo acontece
conforme o movimento pendular, estabelecendo a periodicidade relacional entre
ação e reação, definindo as polaridades do próprio universo. Já para Galileu
Galilei, descobridor da periodicidade do movimento pendular, o movimento de um
pêndulo envolve basicamente uma grandeza chamada período que é o intervalo de
tempo que o objeto leva para percorrer toda a trajetória, uma vez que o
movimento pendular é periódico. Entretanto, para nós humanos um certo período de tempo dentro da nossa história,
curto ou mesmo longo que seja, é na verdade parte de nossa vida que passa e que
não nos retorna. Mas nos favorecem com acúmulos de experiências das mais variadas
situações de alegria ou de tristeza, de paz ou de guerra, que vivemos e que de
alguma forma poderá contribuir para gerações futuras.
O interessante é que podemos lembrar o
tempo passado, todavia não podemos adivinhar o tempo futuro e esse pode estar a
apenas um segundo de acontecer. O tempo e a história caminham sempre juntos. O
tempo independe de nós, a história não. Podemos, por exemplo, saber sobre o período
de nossa colonização mesmo sem ter vivido a época, saber o que aconteceu num
tempo não muito distante, quando a escuridão e o medo imperaram, por conta de
um regime ditatorial imposto pelos militares. Isso só é possível graças aos
registros, em papéis, dos fatos ocorridos por aqueles que detinham o poder da
escrita ou aos registros na memória, pelos desprovidos desse poder, mas que, de
uma forma ou de outra, foram sendo passados de geração a geração.
Dois bons exemplos da importância da
oralidade são: primeiro, os livros bíblicos que narram as histórias do povo de
Deus. As mesmas de fato só foram escritas muito tempo depois sem perder a
credibilidade e o segundo, os esforços de alguns historiadores para resgatar
nossa história com base nos fatos do olhar dos povos originários (índios) mantidos
por séculos na obscuridade. É muito bom que se diga isso, porque, normalmente a
história escrita, contada segundo a versão dos que possuem algum tipo de poder,
baseia-se no método positivista e
a oral, contada segundo os que não possuem nenhum tipo de poder, muita das
vezes vem contestar tais versões ditas oficiais.
O que é o tempo se não a necessidade
de realizar algo. Ele pode passar devagar ou rápido demais, tudo depende da angústia
que estamos vivendo no momento. Os dias, as horas e os minutos que passam é
parte do processo dinâmico do movimento da terra, dos oceanos e das vidas que
os habitam. Para nós, os milhões de homens e mulheres que estamos sempre em
busca do conhecimento e da superação do próprio limite, cada instante é muito
importante.
O tempo é como o vento, por mais
brando que seja não passa despercebido. Sentimos a sua presença no nascimento
de uma criança, na flacidez dos nossos músculos, quando envelhecemos, e na
morte da pessoa que viveu até a idade de completar sua história, consolidando a
trajetória com os mais belos e puros sentimentos de liberdade. Por isso, deixa
aos mais jovens um legado de ensinamentos para a continuidade da vida no
planeta. Acreditando que podemos ser mais do que nossos olhos podem ver.
Rio de Janeiro, 09 de julho
de 2015.
Os sumérios,
século XXI a.C., precederam e foram incorporados à cultura babilônica,
desenvolveram um sistema, baseado no ano de calendário de 360 dias. Este número
tinha origem no arredondamento do mês lunar para trinta dias, que se encaixava
perfeitamente no sistema matemático e astronômico dos sumérios que era
sexagesimal. Os babilônios herdaram a velha numerologia sexagesimal suméria
para dividir o dia em 24 horas e consequentemente o ano de 360 dias. A razão
para o uso de 24 horas tem relação com o zodíaco, que os babilônicos utilizavam
com grande fervor para guiar suas vidas. Possivelmente, dividiam o dia e depois
a noite em 12 horas para corresponder aos signos do zodíaco.
Assim como a história é dividida
em intervalos de tempo dando condições para analisar e compreender melhor um
determinado fato, devido os mesmos estarem relacionados ao todo, que é a vida
humana, o átomo é, também, dividido em núcleo, carga elétrica positiva,
mergulhado na chamada eletrosfera, nuvem de elétrons, carga elétrica negativa,
sem localização determinada. Sua posição é definida em termos probabilísticos
por meio de subníveis e orbitais. Ambos, tempo/história e núcleo/eletrosfera,
estão relacionados de forma intensa a vida.
O Positivismo pregava a
cientifização do pensamento e do estudo humano, visando a obtenção de
resultados claros, objetivos e corretos. Os positivistas acreditavam num ideal
de neutralidade entre o pesquisador/autor e sua obra. Pode-se dizer que o
Positivismo reduz o papel do homem enquanto ser pensante, crítico, para um mero
coletor de informações e fatos presentes nos documentos, capazes de fazer-se
entender por sua conta. Os positivistas
que estudaram a História, esta assume o caráter de ciência pura: é formada
pelos fatos cronológicos e o que realmente significam em si. São objetivos à
medida que possuem uma verdade única
em sua formação e não requerem a ação do historiador para serem entendidos. O saber histórico, dessa forma, provém do que
os fatos contêm, e assume um valor tal qual uma lei da Física ou da Química,
ciência exatas.
[i] Professor, Especialista em Educação e Poeta.