terça-feira, 1 de outubro de 2019


Disciplina: História e Filosofia da Educação
Curso Normal: 2º Bimestre de 2019
Professor: João Crispim Victorio

Texto Modificado:  Influência do Positivismo no Processo Educacional
Antonio José Silva Costa


INTRODUÇÃO

No Brasil a corrente positivista só veio a culminar a partir do século IX. Antes disso o País preocupava-se com outras fontes de pesquisas como: estudos literários, por exemplo. Nesse contexto, os estudos de cunho positivista eram pouco conhecidos e, por isso, veio a retardar o seu estudo aqui. Daí então, diz-se que método positivista é uma doutrina que tem como mentor Comte, em que se reforça que o homem procura analisar a explicação das coisas através da observação cientifica.
O Positivismo pregava a cientifização do pensamento e do estudo humano, visando a obtenção de resultados objetivos e ligado ao que é correto. Os seguidores desse movimento acreditavam num ideal de neutralidade, isto é, na separação entre o pesquisador/autor e sua obra. Nesse âmbito, os positivistas creem que o conhecimento se explica por si mesmo, necessitando apenas seu estudioso recuperá-lo e colocá-lo à mostra com o auxílio do empirismo.
Segundo Comte (apud Mesquita, 2001, p.27) "Uma vez que nosso conhecimento está uniformemente fundado em observações, a direção de nossos interesses espirituais deve ser entregue ao poder da ciência positiva". Em complemento pode-se afirmar que a corrente positivista está intimamente ligada ao campo filosófico e tem um caráter concreto dentro do estudo das ciências, e nega também tudo que seja ligado ao teológico e metafísico e só crer naquilo que o ser humano é capaz de observar.
Quando recusa a teologia como fonte de explicação, argumenta que o ser humano para ter certeza da existência de alguma teoria, recorre ao poder supremo e na metafísica, sublinha que se recorre a outros meios sobrenaturais. Sendo assim o positivismo pede uma análise empírica e reforça que o homem só pode crer na existência de alguma coisa física capaz de ser observada.
Myers (1996) explica que o positivismo é uma visão que tem um caráter científico que para ser levado a sério não se deveria procurar motivos que levam a derivar de fontes externas, mas sim restringir-se a análises de relações existentes e que são tidas como fontes dispostas a observação.
Na visão do autor o conhecimento, por exemplo, para comprovação de sua existência baseava-se em fatos concretos adquiridos através de experiências.
Para deter-se de tal informação acerca da influência da corrente positivista no ensino, realiza-se um estudo bibliográfico, tendo com embasamento teórico a discussão de vários pesquisadores que trabalham nessa linha, vale ressaltar também que as informações aqui discutidas servirão também como objeto de reflexão sobre o assunto em estudo.


PARTICIPAÇÃO DO POSITIVISMO NA ESCOLA

Saint-Simon (apud Iskandar e Leal 2002) foi quem deu início ao uso do termo positivismo na ciência, ele argumenta que o raciocínio deveria se basear nos fatos concretos observados e discutidos.
O positivismo pelos meados do século XIX e XX, teve suma importância como fator participativo no ensino e isso porque várias ciências deram sua contribuição para a análise de estudos na área pedagógica, dentre elas pode se destacar a psicologia e sociologia não esquecendo de se fazer menção também a outras ciências, como a Matemática, por exemplo.
Lins (1964) aponta que como sistema filosófico, político, social, educativo ou religioso propõe-se, no que é de fato real, o Positivismo passa a reestruturar a sociedade sem Deus nem Rei, através de métodos científicos e da manifestação da fraternidade universal.
Convém explicitar que o método positivista só crê nas leis científicas e dessa forma, passa a deixar de lado o poder supremo, pois explica-se que esse não tem como comprovar a manifestação de sua existência e a sociedade de precisa de fórmulas comprováveis dento da base científica.
Oliveira (2010) A educação jesuítica baseada no Ratio Studiorum, espécie de doutrina rígida em que o professor não se afastava em matéria filosófica de Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino, existiu no Brasil mesmo após a expulsão dos jesuítas em 1759. Isso por causa das mudanças promovidas por Marquês de Pombal, pois, embora este houvesse anulado o sistema educacional jesuítico não colocara nada em seu lugar. Dessa forma não restou aos professores leigos uma alternativa senão continuar, apesar de pequenas mudanças ocorridas no sistema educacional, o método jesuítico que esteve presente no Brasil por mais de duzentos anos. Assim mostra que as ideias acerca de mutações no campo educacional apresentam-se ainda muito lento.
Na versão de Ghiraldelli Jr. (1994, p. 20) explica que o pensamento laico longe se tornar firme o que se percebe é a incapacidade de professores laicos em superar a organização da cultura forjada pela igreja católica brasileira.
A presença do positivismo nas instituições de ensino, na luta contra a escola tradicional ligado ao clero, foi vista com algo marcadamente importante para lançamento do novas ideias que serviram para contribuição do ensino leigo no ensino das ciências, pois como se sabe a educação comandada pela igreja repassava somente conteúdos restritos afim de não tornar o indivíduo um descobridor de novos conceitos ligados as descobertas da ciências e, assim sendo, o aluno afastava-se da descobertas de métodos científicos servindo-se apenas como depósitos de conteúdo religiosos beneficiando, dessa forma, tento a igreja como a classe elitizada, pois para alguns essas ideias positivistas iriam tornar os jovens pessoas pensantes e isso era algo inaceitável pelo clero.
Para Oliveira (2010)

O objetivo maior do positivismo pretendido inicialmente por Augusto Comte e posteriormente por seus seguidores era promover uma reforma intelectual da sociedade, a reforma positiva do modo de pensar uma vez que a filosofia positiva era a única capaz de responder às exigências que o saber científico impunha à sociedade como um todo ( p. 07) [...].

Em complemento, Rogel (1995, p. 131) argumenta que na idade média a "igreja detinha todos os poderes, garantia a obediência, controlava a vida intelectual e artística". Dessa maneira, os jovens por não ter acesso a outros tipos de conhecimentos nas aulas, ficavam impedidos de explorar seus aspectos cognitivos e assim os impossibilitava de conhecer os métodos da ciência e colaborar com descobertas de conceitos científicos.
Hoje com a participação incessante do positivismo muita coisa já mudou a esse respeito, Iskandar e Leal (2002) explicam:

Com um currículo voltado para as ciências exatas e para a engenharia, a educação se distancia da tradição humanista e acadêmica, havendo uma certa aceitação das formas de disciplina típicas do positivismo.

As palavras "ordem e progresso" que fazem parte da bandeira brasileira indicam claramente a influência positivista. Na década de 70 deste mesmo século, a escola tecnicista teve uma presença marcante. A valorização da ciência como forma de conhecimento objetivo, passível de verificação rigorosa por meio da observação e da experimentação, foi importante para a fundamentação da escola tecnicista no Brasil.
Löwy (1998), complementa:

[...] As ciências da sociedade, assim como as da natureza, devem limitar-se à observação e à explicação causal dos fenômenos, de forma objetiva, neutra, livre de julgamentos de valor ou ideologias, descartando previamente todas as prenoções e preconceitos. (p. 17)

Nesse aspecto, o estudo das ciências dentro do processo escolar deve ser analisado separadamente dos processos pedagógicos, pois assim se terá um esclarecimento maior nas mudanças da influência do positivismo no conceito do ensino.
O positivismo privilegia apenas o que é verdadeiro, concreto ou inquestionável, ou seja, tudo aquilo em que baseia na experiência. As ideologias criadas a partir dessa premissa passaram a influenciar a prática pedagógica atraindo pesquisadores educacionais a participarem dessas ideias.
Acerca desse assunto, novamente Iskandar e Leal (2002) admitem que:

A educação influenciada pelos ideais positivistas carece de incentivo ao desenvolvimento do pensamento crítico. A educação tecnicista apoiada nos ideais positivistas não deve reduzir-se apenas ao ensino técnico, mas deve preocupar-se também em buscar a razão do próprio procedimento técnico. Aceitar a ciência como o único conhecimento, como queria o positivismo, é algo reducionista que perde uma considerável parcela de conhecimento que não estão no dado fica prejudicada tanto a criação como a dedução (p. 05).

O processo educacional precisa receber não só ideias positivistas, principalmente na educação técnica, mas está sempre à procura de novas ideias que concretize não só o ensino técnico, bem como envolver a educação como um todo e isso é um dos ideais positivistas.



REFERÊNCIAS

GHIRALDELLI Jr, Paulo. História da Educação. 2ª ed. São Paulo Cortez, 1994.

LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1964.

OLIVEIRA, Claudemir Gonçalves de. A matriz positivista na educação Brasileira: uma análise das portas de entrada no período Republicano. V 01, N 01. edições outubro/janeiro 2010. Acessado em: 10 de janeiro de 2010

LOWY, M. As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de Munchhausen. Marxismo e Positivismo na Sociologia do conhecimento. 6 ed. São Paulo: Cortez, 1998

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