Igreja pede fim de privilégios dos mensaleiros na
cadeia
Terça-feira, 26
de Novembro de 2013
De Evando Éboli,
O Globo:
A Pastoral Carcerária
Nacional, vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, criticou o
livre acesso de políticos e de amigos e parentes dos condenados do mensalão nas
visitas ao Complexo da Papuda. O coordenador nacional da Pastoral, padre Valdir
João Silveira, afirmou que os visitantes não devem ter privilégios e que sejam
submetidos às revistas, ainda que humilhantes e vexatórias, para conhecerem a
realidade do sistema carcerário do país. Padre Valdir disse que a principal
novidade do mensalão é que o setor mais privilegiado da sociedade está
conhecendo como funcionam os cárceres no país.
“Todos deveriam passar pelas
revistas, para que os amigos deputados, senadores e até ministros vejam como
são os presídios no Brasil. E que passem também por revista vexatória por que
todos os familiares de presos passam. Eles ficam despidos e examinados em
situação humilhante. Que sintam o que milhares de pessoas sentem ao visitar
seus parentes” disse o padre Valdir...
Gostaria
de aproveitar o momento e fazer um comentário sobre a reportagem no sentido de
refletirmos que tipo de contribuição estamos dando para melhorar nossa
sociedade. Refirome a problemática levantada pelo coordenador nacional da
Pastoral Carcerária, padre Valdir João Silveira, que me remeteu a um pensamento
muito comum durante minha juventude, lá pelos idos dos anos de 1980, quando estávamos
começando sentir o sabor de poder pensar e expressar nosso pensamento.
Naquela
época sabíamos pouco dos acontecimento, pois muita coisa era omitida da gente,
principalmente da gente com poucos recursos financeiros, moradores dos bairros
da periferia das grandes cidades, que não possuía, às vezes, se quer, uma
televisão em casa.
Dessa
forma o que prevalecia era o senso comum sobre determinados assuntos. Lembro-me,
então, da seguinte opinião compartilhada por muitos sobre o valor do salário mínimo:
“alguns profissionais ganham salários altos, enquanto outros ganham apenas um
salário mínimo, que é muito baixo”.
Depois
de algum tempo começamos a perceber que não havia profissionais ganhando muito,
o salário mínimo que era baixo demais. Sendo assim, o que precisava mudar,
aumentar, era o valor do salário mínimo e não baixar o salário dos demais
profissionais.
Faço
aqui uma comparação de situações, quardando as devidas diferenças sociais da
época, acredito que ninguém deva passar
pelas revistas vexatória, citadas pelo padre, que todos os familiares de presos
vem passando, até então. O tratamento, considerado como privilégio aos presos
políticos é que precisa ser igual para
todos.
É
preciso humanizar o sistema prisional para que realmente haja recuperação do
preso e dessa maneira ressocializá-lo. Aliás, como dizia Brizola: “no lugar de
presídios deveríamos construir mais escolas”. Pensem nisso!
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