O nascimento

Escutando isso, uma pessoa ali presente disse:
"Então hoje, com essa mesma lei, Deus nos manda comer carne de
porco!" Diante do assombro causado por essa conclusão, o agricultor, de
mãos calejadas e rosto queimado pelos muitos anos de luta pela vida, explicou:
"Hoje, a única carne que temos para nós e nossos filhos são os porquinhos
que nós mesmos criamos. Então, se aquela lei era para defender a vida da
comunidade, hoje, para defender a vida de nossas crianças e de nossa
comunidade, Deus nos manda comer carne de porco!"
Assim surgia diante dos olhos daquele biblista um
novo jeito de ler a Bíblia. Ele havia chegado às suas conclusões estudando
geografia, história, exegese. Mas aquele homem, quase sem instrução, fez, a
partir da realidade dura e pobre em que vivia e da sua luta em defesa da vida e
de sua gente, uma interpretação muito mais profunda do texto. Descobriu o
Espírito de Deus por trás daquelas palavras antigas e, ao mesmo tempo, trouxe
esse Espírito, a defesa da vida, para o momento presente e para sua situação
concreta. Dessa experiência nasceu um novo método de leitura da Bíblia, uma
leitura a partir da realidade e em defesa da vida, que ficou conhecida como a "Leitura
Popular da Bíblia".
Os fundadores

Nas fotos, da esquerda para a direita: Jether e
Lucilia Ramalho, Agostinha Vieira de Mello e Carlos Mesters.

A primeira foto é de 20 de julho de 1979, durante a
reunião de fundação do CEBI. A segunda é de outubro de 1999, durante a
celebração dos 20 anos do CEBI, na Assembléia Nacional de Salvador.
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