quinta-feira, 25 de junho de 2015


Pau-de-arara urbano

Ô Zé, vem vindo uma curva
Segure com firmeza para não cair
Sua marmita fria quase que vazia
É fruto da má distribuição de renda e aí?

Olha o seu patrão de carro
Você trabalhador colonizado não está nem aí...

Ô Zé, está chegando outra curva
Vê se não dorme em pé
Sua família é quem precisa
Dignidade não é só pra quem quer

Há quem diga Pau-de-arara urbano
O salário que você ganha só pode ser engano

Ô Zé, vê se passa dessa curva
Acorda, não vacila, vá à luta, insista!
Antes que algum enguice, faça algo, à vida é curta!
Tome coragem não desista!

É o fim da faixa exclusiva
Início de mais uma corrida atrás de outro ônibus

Ô Zé, vê se sai dessa agonia
Ouse sonhar com novos horizontes
Como muitos outros, você é vítima da mais-valia
Desperte, antes que a vida passe como água pela ponte

Faça valer sua identidade de pessoa
Queira mais que uma marmita fria...

  
Poema de João Crispim Victorio
Extraído do livro: Sobre o Trabalho que Falo...
25 de junho de 2015.

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