A
mesma história
O
menino sai de casa
Quando
vai alta madrugada
Corre
atrás de um emprego
Não
é o último, nem o primeiro
Espera
o trem na estação
Aprendeu
desde cedo está lição
Perde
os sonhos na realidade
Infância
extirpada à metade...
Acabou-se
a brincadeira
Vai
trabalhar numa caldeira
Magro
corpo esmirrado
É
só mais um pobre coitado...
O
menino volta a casa
Quando
o sol se foi na longa estrada
No
semblante o ar tristonho
Feito
toda aquela gente grande
Fim
de mais um dia de trabalho
Glória
esperada por todo operário
O
chão da fábrica é sua prisão
Símbolo
forte da malvada opressão...
Tiraram-lhe
os livros
Os
seus passos não são mais livres
O
menino transformou-se num rapaz
Seu
sorriso pouco a pouco foi ficando para trás...
Na
ilusão de ser um homem de verdade
Cresce
na expectativa da tal oportunidade
Não
entende os motivos de tantas desgraças
Por
conta disso toma mais um gole de cachaça
Mas
parece ser sempre a mesma história
Sente
agora falta da sua velha escola
Nesses
momentos tem um aperto no coração
Segura
suas lágrimas porque homem não chora não...
Poema de João Crispim Victorio
Livro: Sobre o Trabalho que Falo... (2013)
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