sexta-feira, 4 de outubro de 2019

   Biografia de São Francisco de Assis

São Francisco de Assis (1182-1226) foi um religioso italiano, fundador da Ordem dos Franciscanos. Era filho de um rico comerciante, mas fez votos de pobreza. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, dois anos depois de sua morte. É conhecido como o protetor dos animais.

Infância e Juventude
Giovanni di Pietro di Bernardoni, nome ve Francisco de Assis, nasceu em Assis, na Itália, no dia 5 de julho de 1182. Era filho de Joana e Pedro Bernardone Maricone, rico e conceituado comerciante de tecidos de Assis.
Seu pai estava na França quando o filho nasceu, na volta rebatizou-o com o nome de Francesco, isto é 'francês"
Francisco de Assis estudou na escola Episcopal, onde aprendeu a ler, escrever e principalmente contar. Enriquecer era uma obsessão naquela época. Ajudava seu pai no comércio, mas viver atrás de um balcão não era trabalho que o atraia.
Em 1197, morre o imperador romano-germânico, Henrique VI, senhor de grande parte da Itália, mas seu filho tinha apenas dois anos e vários nobres disputavam o trono. O Ducado de Assis era controlado pelo duque de Spoleto, que cobrava pedágio de tudo que atravessasse a região.
Inicia-se então uma revolta dos mercadores de Assis, que destroem a fortaleza do duque e conseguem conquistar o poder. Em 1198 Inocêncio III é eleito papa e a Santa Sé quer tirar vantagem com o enfraquecimento do império. Um enviado do pontífice logo chega à cidade de Assis, com o encargo de substituir o governador imperial. 
Entre 1201 e 1202, os revoltosos organizam uma tropa para dar combate à nobreza feudal que recebera do imperador um privilégio que irritava os mercadores. Francisco participou das lutas entre Assis e Perúsia e ficou preso por quase um ano.
Em 1203, de volta a sua cidade, tenta recuperar o tempo perdido. Entrega-se a uma vida de festas e torneios, mas logo se mostra insatisfeito e resolve mudar de vida e resolve ser cavaleiro. 
Para chegar a esse posto teria que começar como escudeiro de um nobre. Francisco parte para sua missão. Durante o percurso, ao encontrar os mendigos, vai se desfazendo de seus pertences.
Decide voltar para sua casa, sem a glória que a família esperava, e indagando dizia:
“Como pode haver tanta injustiça, tanto luxo, ao lado de tanta pobreza?”.

A Conversão

Conta-se que em 1206, orando na capela de São Damião, em Assis, Francisco ouviu de Deus as seguintes palavras: "Vá, Francisco, e restaure a Minha Casa!". Imaginando tratar-se de reconstruir a Capela, volta para casa, vende boa parte dos tecidos do pai, e entrega-se ao serviço de Deus e dos miseráveis.
Em 1208, afinal compreende o sentido da mensagem: restaurar a igreja como instituição, uma vez que ela havia se desviado dos ensinamentos de Cristo e vivia cercada de opulência. Faz votos de pobreza e começa a pregar sua doutrina.
Francisco de Assis, decidido a cumprir as Escrituras sagradas, passa a viver voltado apenas para o espírito. Seus sermões eram cada vez mais frequentados, sua fama vai se espalhando e as poucos já tinha seguidores, dispostos a formar uma nova ordem religiosa.
Em 1208, pede autorização ao papa para fundar uma irmandade mendicante. Em 1219 estava fundada a “Ordem dos Irmãos Mendigos de Assis", que se instalou em cabanas no alto dos montes e no interior das cavernas, renunciando qualquer forma de propriedade.

Ordem dos Franciscanos

Em 1215, no intuito de resguardar a autoridade papal, o Concílio de Latrão reconhece a "Ordem dos irmãos Menores de Assis”.  O Cardeal Ugolino é designado “protetor” da Ordem. Francisco consente repartir seus discípulos em dois grupos para seguir em peregrinação pelo mundo para disseminar o sentimento da fé cristã e converter os infiéis.
Durante a peregrinação, os franciscanos tiveram seus primeiros martírios, cinco discípulos foram mortos, em Ceuta, pelos muçulmanos pois recusarem sua conversão ao islamismo.
Francisco de Assis embarca para a Terra Santa, onde é aprisionado e levado ao Sultão. Para mostrar a superioridade da fé cristã, Francisco anda sobre brasas e imediatamente é libertado.
Em 1220, Assis volta para a Itália e encontra uma cisão no movimento. Alguns discípulos, pressionados por Ugolino, preconizam uma reforma, com novas “regras”, menos severas quanto ao voto de pobreza.
Em 1221, Assis apresenta um texto com a nova “Regra” para a ordem: “Observar o Santo Evangelho, viver da obediência, da castidade e não possuir absolutamente nada, e só dividir a pobreza”.
O texto é recusado pelo cardeal Ugolino. Em 1223, o texto é retocado e finalmente aceito pelo papa Honório III. Os franciscanos perdem muito dos traços que os distinguiam.

Morte

Em 1224, decepcionado e doente, Francisco de Assis é obrigado a moderar suas atividades. Nesse mesmo ano renuncia a direção efetiva da irmandade que criara, e em companhia dos discípulos parte em direção à floresta, para viver em contato com a natureza.
Conta-se que na floresta, em sua presença, os peixes saltavam da água e os pássaros pousavam em seus ombros. Certo dia orando, no alto do rochedo, desceu do céu um serafim de asas resplandecentes, trazendo nos braços uma cruz.
Quando a imagem desaparece, Francisco percebe marcas de sangue nas mãos e pés, como se tivessem sido atravessados por pregos. Doente, Francisco implora que o levem para Assis, onde quer morrer.
São Francisco de Assis faleceu assistido pelos discípulos, em Assis, Itália, no dia 3 de outubro de 1226. Dois anos depois de sua morte, é canonizado pelo papa Gregório IX.
Na igreja de São Francisco de Assis, Assis, Itália, inaugurada em 1256, estão guardados os restos mortais do santo.

Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento da vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive para a vida eterna!

terça-feira, 1 de outubro de 2019


Disciplina: História e Filosofia da Educação
Curso Normal: 2º Bimestre de 2019
Professor: João Crispim Victorio

Texto Modificado:  Influência do Positivismo no Processo Educacional
Antonio José Silva Costa


INTRODUÇÃO

No Brasil a corrente positivista só veio a culminar a partir do século IX. Antes disso o País preocupava-se com outras fontes de pesquisas como: estudos literários, por exemplo. Nesse contexto, os estudos de cunho positivista eram pouco conhecidos e, por isso, veio a retardar o seu estudo aqui. Daí então, diz-se que método positivista é uma doutrina que tem como mentor Comte, em que se reforça que o homem procura analisar a explicação das coisas através da observação cientifica.
O Positivismo pregava a cientifização do pensamento e do estudo humano, visando a obtenção de resultados objetivos e ligado ao que é correto. Os seguidores desse movimento acreditavam num ideal de neutralidade, isto é, na separação entre o pesquisador/autor e sua obra. Nesse âmbito, os positivistas creem que o conhecimento se explica por si mesmo, necessitando apenas seu estudioso recuperá-lo e colocá-lo à mostra com o auxílio do empirismo.
Segundo Comte (apud Mesquita, 2001, p.27) "Uma vez que nosso conhecimento está uniformemente fundado em observações, a direção de nossos interesses espirituais deve ser entregue ao poder da ciência positiva". Em complemento pode-se afirmar que a corrente positivista está intimamente ligada ao campo filosófico e tem um caráter concreto dentro do estudo das ciências, e nega também tudo que seja ligado ao teológico e metafísico e só crer naquilo que o ser humano é capaz de observar.
Quando recusa a teologia como fonte de explicação, argumenta que o ser humano para ter certeza da existência de alguma teoria, recorre ao poder supremo e na metafísica, sublinha que se recorre a outros meios sobrenaturais. Sendo assim o positivismo pede uma análise empírica e reforça que o homem só pode crer na existência de alguma coisa física capaz de ser observada.
Myers (1996) explica que o positivismo é uma visão que tem um caráter científico que para ser levado a sério não se deveria procurar motivos que levam a derivar de fontes externas, mas sim restringir-se a análises de relações existentes e que são tidas como fontes dispostas a observação.
Na visão do autor o conhecimento, por exemplo, para comprovação de sua existência baseava-se em fatos concretos adquiridos através de experiências.
Para deter-se de tal informação acerca da influência da corrente positivista no ensino, realiza-se um estudo bibliográfico, tendo com embasamento teórico a discussão de vários pesquisadores que trabalham nessa linha, vale ressaltar também que as informações aqui discutidas servirão também como objeto de reflexão sobre o assunto em estudo.


PARTICIPAÇÃO DO POSITIVISMO NA ESCOLA

Saint-Simon (apud Iskandar e Leal 2002) foi quem deu início ao uso do termo positivismo na ciência, ele argumenta que o raciocínio deveria se basear nos fatos concretos observados e discutidos.
O positivismo pelos meados do século XIX e XX, teve suma importância como fator participativo no ensino e isso porque várias ciências deram sua contribuição para a análise de estudos na área pedagógica, dentre elas pode se destacar a psicologia e sociologia não esquecendo de se fazer menção também a outras ciências, como a Matemática, por exemplo.
Lins (1964) aponta que como sistema filosófico, político, social, educativo ou religioso propõe-se, no que é de fato real, o Positivismo passa a reestruturar a sociedade sem Deus nem Rei, através de métodos científicos e da manifestação da fraternidade universal.
Convém explicitar que o método positivista só crê nas leis científicas e dessa forma, passa a deixar de lado o poder supremo, pois explica-se que esse não tem como comprovar a manifestação de sua existência e a sociedade de precisa de fórmulas comprováveis dento da base científica.
Oliveira (2010) A educação jesuítica baseada no Ratio Studiorum, espécie de doutrina rígida em que o professor não se afastava em matéria filosófica de Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino, existiu no Brasil mesmo após a expulsão dos jesuítas em 1759. Isso por causa das mudanças promovidas por Marquês de Pombal, pois, embora este houvesse anulado o sistema educacional jesuítico não colocara nada em seu lugar. Dessa forma não restou aos professores leigos uma alternativa senão continuar, apesar de pequenas mudanças ocorridas no sistema educacional, o método jesuítico que esteve presente no Brasil por mais de duzentos anos. Assim mostra que as ideias acerca de mutações no campo educacional apresentam-se ainda muito lento.
Na versão de Ghiraldelli Jr. (1994, p. 20) explica que o pensamento laico longe se tornar firme o que se percebe é a incapacidade de professores laicos em superar a organização da cultura forjada pela igreja católica brasileira.
A presença do positivismo nas instituições de ensino, na luta contra a escola tradicional ligado ao clero, foi vista com algo marcadamente importante para lançamento do novas ideias que serviram para contribuição do ensino leigo no ensino das ciências, pois como se sabe a educação comandada pela igreja repassava somente conteúdos restritos afim de não tornar o indivíduo um descobridor de novos conceitos ligados as descobertas da ciências e, assim sendo, o aluno afastava-se da descobertas de métodos científicos servindo-se apenas como depósitos de conteúdo religiosos beneficiando, dessa forma, tento a igreja como a classe elitizada, pois para alguns essas ideias positivistas iriam tornar os jovens pessoas pensantes e isso era algo inaceitável pelo clero.
Para Oliveira (2010)

O objetivo maior do positivismo pretendido inicialmente por Augusto Comte e posteriormente por seus seguidores era promover uma reforma intelectual da sociedade, a reforma positiva do modo de pensar uma vez que a filosofia positiva era a única capaz de responder às exigências que o saber científico impunha à sociedade como um todo ( p. 07) [...].

Em complemento, Rogel (1995, p. 131) argumenta que na idade média a "igreja detinha todos os poderes, garantia a obediência, controlava a vida intelectual e artística". Dessa maneira, os jovens por não ter acesso a outros tipos de conhecimentos nas aulas, ficavam impedidos de explorar seus aspectos cognitivos e assim os impossibilitava de conhecer os métodos da ciência e colaborar com descobertas de conceitos científicos.
Hoje com a participação incessante do positivismo muita coisa já mudou a esse respeito, Iskandar e Leal (2002) explicam:

Com um currículo voltado para as ciências exatas e para a engenharia, a educação se distancia da tradição humanista e acadêmica, havendo uma certa aceitação das formas de disciplina típicas do positivismo.

As palavras "ordem e progresso" que fazem parte da bandeira brasileira indicam claramente a influência positivista. Na década de 70 deste mesmo século, a escola tecnicista teve uma presença marcante. A valorização da ciência como forma de conhecimento objetivo, passível de verificação rigorosa por meio da observação e da experimentação, foi importante para a fundamentação da escola tecnicista no Brasil.
Löwy (1998), complementa:

[...] As ciências da sociedade, assim como as da natureza, devem limitar-se à observação e à explicação causal dos fenômenos, de forma objetiva, neutra, livre de julgamentos de valor ou ideologias, descartando previamente todas as prenoções e preconceitos. (p. 17)

Nesse aspecto, o estudo das ciências dentro do processo escolar deve ser analisado separadamente dos processos pedagógicos, pois assim se terá um esclarecimento maior nas mudanças da influência do positivismo no conceito do ensino.
O positivismo privilegia apenas o que é verdadeiro, concreto ou inquestionável, ou seja, tudo aquilo em que baseia na experiência. As ideologias criadas a partir dessa premissa passaram a influenciar a prática pedagógica atraindo pesquisadores educacionais a participarem dessas ideias.
Acerca desse assunto, novamente Iskandar e Leal (2002) admitem que:

A educação influenciada pelos ideais positivistas carece de incentivo ao desenvolvimento do pensamento crítico. A educação tecnicista apoiada nos ideais positivistas não deve reduzir-se apenas ao ensino técnico, mas deve preocupar-se também em buscar a razão do próprio procedimento técnico. Aceitar a ciência como o único conhecimento, como queria o positivismo, é algo reducionista que perde uma considerável parcela de conhecimento que não estão no dado fica prejudicada tanto a criação como a dedução (p. 05).

O processo educacional precisa receber não só ideias positivistas, principalmente na educação técnica, mas está sempre à procura de novas ideias que concretize não só o ensino técnico, bem como envolver a educação como um todo e isso é um dos ideais positivistas.



REFERÊNCIAS

GHIRALDELLI Jr, Paulo. História da Educação. 2ª ed. São Paulo Cortez, 1994.

LINS, Ivan. História do positivismo no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1964.

OLIVEIRA, Claudemir Gonçalves de. A matriz positivista na educação Brasileira: uma análise das portas de entrada no período Republicano. V 01, N 01. edições outubro/janeiro 2010. Acessado em: 10 de janeiro de 2010

LOWY, M. As Aventuras de Karl Marx contra o Barão de Munchhausen. Marxismo e Positivismo na Sociologia do conhecimento. 6 ed. São Paulo: Cortez, 1998


Disciplina: Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Curso Normal: 3º Bimestre de 2019
Professor: João Crispim Victorio

Texto de apoio nº 1: A Prática Pedagógica da Atualidade

por: Lívia Alves Branquinho // Publicado em: http://www.brasilescola.com.

O processo educacional sempre foi alvo de constantes discussões e apontamentos que motivaram sua evolução em vários aspectos, principalmente no que tange a condução de metodologias de ensino por nossos educadores e a valorização do contexto escolar formador para nossos alunos. Nesse aspecto GADOTTI (2000:4), pesquisador desse processo afirma que,

Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa. A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias de ensino. O conceito de “aprender fazendo” de John Dewey e as técnicas Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas na história da pedagogia. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente consolidadas, terão um lugar garantido na educação do futuro. (GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação, 2000)

Diante de enumeras transformações sociais, onde informações e descobertas acontecem em frações de segundo, o processo de desenvolvimento da escola entra na pauta como um dos mais importantes aspectos a serem discutidos neste processo, pois é nela que são promovidas as mais importantes formulações teóricas sobre o desenvolvimento cultural e social de todas as nações, dessa forma, a pesquisa educacional acaba tomando um lugar central na busca de perspectivas que possibilitem uma nova prática educacional, envolvendo principalmente os agentes que conduzem o ambiente escolar, transformando o ensino em parte integrante ou principal na motivação dessas transformações.
Com as constantes modificações sofridas por nossa sociedade no decorrer do tempo, dentre elas o desenvolvimento de tecnologias e o aprimoramento de um modo de pensar menos autoritário e menos regrado, os agentes educacionais e a escola de uma maneira geral, vêm vivenciando um processo de mudança que tem refletido principalmente nas ações de seus alunos e na materialização destas no contexto escolar, fato que tem se tornado ponto de dificuldade e insegurança entre professores e agentes escolares de forma geral, configurando em forma de comprometimento do processo ensino-aprendizagem, sobre isso, GADOTTI (2000:6) afirma que,

Neste começo de um novo milênio, a educação apresenta- se numa dupla encruzilhada: de um lado, o desempenho do sistema escolar não tem dado conta da universalização da educação básica de qualidade; de outro, as novas matrizes teóricas não apresentam ainda a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros numa época de profundas e rápidas transformações.(GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação, 2000).

A escola contemporânea sofre com o desenvolvimento acelerado que ocorre a sua volta, onde as informações são atualizadas em frações de segundos, ocasionando de certa forma, o desgaste e o comprometimento das ações voltadas para o aprimoramento do ensino, fazendo com que a sala de aula se torne um ambiente de pouca relevância para a consolidação do conhecimento, tornando a vivência social o requisito primordial para a busca de aprendizado, sobre essa escola, AMÉLIA HAMZE (2004:1) afirma em seu artigo “O Professor e o Mundo Contemporâneo”, que

Como educadores não devemos identificar o termo informação como conhecimento, pois, embora andem juntos, não são palavras sinônimas. Informações são fatos, expressão, opinião, que chegam as pessoas por ilimitados meios sem que se saiba os efeitos que acarretam. Conhecimento é a compreensão da procedência da informação, da sua dinâmica própria, e das consequências que dela advém, exigindo para isso um certo grau de racionalidade. A apropriação do conhecimento, é feita através da construção de conceitos, que possibilitam a leitura crítica da informação, processo necessário para absorção da liberdade e autonomia mental. (HAMZE, A.O professor e o mundo contemporâneo, 2004).

É perceptível que o saber científico e a busca pelo conhecimento, tem fugido do interesse da sociedade em geral, pois a atualização das informações tem ocorrido de forma acessível a todos os segmentos satisfazendo de uma forma geral aos interesses daqueles que as buscam. A escola nesse contexto tem por opção repensar suas ações e o seu papel no aprimoramento do saber, e para isso, uma reflexão sobre seus conceitos didático-metodológicos precisa ser feita, de forma a adequar-se ao momento atual e principalmente colocar-se na postura de organização principal e mais importante na evolução dos princípios fundamentais de uma sociedade, DOWBOR (1998:259), sobre essa temática diz que,

...será preciso trabalhar em dois tempos: o tempo do passado e o tempo do futuro. Fazer tudo hoje para superar as condições do atraso e, ao mesmo tempo, criar as condições para aproveitar amanhã as possibilidades das novas tecnologias. (DOWBOR, L. A Reprodução Social, 1998)

GADOTTI (2000:8), sobre o assunto afirma que seja qual for à perspectiva que a educação contemporânea tomar, uma educação voltada para o futuro será sempre uma educação contestadora, superadora dos limites impostos pelo Estado e pelo mercado, portanto, uma educação muito mais voltada para a transformação social do que para a transmissão cultural.
Dessa Forma, a prática pedagógica dos agentes educacionais no momento atual, bem como a condução do processo ensino-aprendizagem na sociedade contemporânea, precisa ter como primícias a necessidade de uma reformulação pedagógica que priorize uma prática formadora para o desenvolvimento, onde a escola deixe de ser vista como uma obrigação a ser cumprida pelo aluno, e se torne uma fonte de efetivação de seu conhecimento intelectual que o motivará a participar do processo de desenvolvimento social, não como mero receptor de informações, mas como idealizador de práticas que favoreçam esse processo,

Na sociedade da informação, a escola deve servir de bússola para navegar nesse mar do conhecimento, superando a visão utilitarista de só oferecer informações “úteis” para a competitividade, para obter resultados. Deve oferecer uma formação geral na direção de uma educação integral. O que significa servir de bússola? Significa orientar criticamente, sobretudo as crianças e jovens, na busca de uma informação que os faça crescer e não embrutecer. (GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação, 2000)

Segundo Ladislau Dowbor (1998:259), a escola deixará de ser “lecionadora” para ser “gestora do conhecimento”. Prossegue dizendo que pela primeira vez a educação tem a possibilidade de ser determinante sobre o desenvolvimento. A educação tornou-se estratégica para o desenvolvimento, mas, para isso, não basta “modernizá-la”, como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente.
O professor nesse contexto deve ter em mente a necessidade de se colocar em uma postura norteadora do processo ensino-aprendizagem, levando em consideração que sua prática pedagógica em sala de aula tem papel fundamental no desenvolvimento intelectual de seu aluno, podendo ele ser o foco de crescimento ou de introspecção do mesmo quando da sua aplicação metodológica na condução da aprendizagem. Sobre essa prática, GADOTTI (2000:9) afirma que “nesse contexto, o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. Ele precisa construir conhecimento a partir do que faz e, para isso, também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos”.
Ele afirma ainda que,

Os educadores, numa visão emancipadora, não só transformam a informação em conhecimento e em consciência crítica, mas também formam pessoas. Diante dos falsos pregadores da palavra, dos marketeiros, eles são os verdadeiros “amantes da sabedoria”, os filósofos de que nos falava Sócrates. Eles fazem fluir o saber (não o dado, a informação e o puro conhecimento), porque constroem sentido para a vida das pessoas e para a humanidade e buscam, juntos, um mundo mais justo, mas produtivo e mais saudável para todos. Por isso eles são imprescindíveis. (GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação, 2000)

HAMZE (2004:1) em seu artigo “O Professor e o Mundo Contemporâneo” considera que Os novos tempos exigem um padrão educacional que esteja voltado para o desenvolvimento de um conjunto de competências e de habilidades essenciais, a fim de que os alunos possam fundamentalmente compreender e refletir sobre a realidade, participando e agindo no contexto de uma sociedade comprometida com o futuro. (HAMZE, A.O professor e o mundo contemporâneo, 2004).
Assim, faz-se necessário à busca de uma nova reflexão no processo educativo, onde o agente escolar passe a vivenciar essas transformações de forma a beneficiar suas ações podendo buscar novas formas didáticas e metodológicas de promoção do processo ensino-aprendizagem com seu aluno, sem com isso ser colocado como mero expectador dos avanços estruturais de nossa sociedade, mas um instrumento de enfoque motivador desse processo.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTRO, A. H. O professor e o mundo contemporâneo. Jornal O Diário Barretos, opinião aberta, 08 jul 2004.

DOWBOR, L. A reprodução Social. São Paulo: Vozes, 1998.

GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 2000.

Bíblia: a Escritura Sagrada Inspirada por Deus. João Crispim Victorio – Professor, Especialista em Educação. “Toda Bíblia é comunicação de ...